Fotografias de nada
It’s like I hardly see the skies some days
Nos meus dias onde se começam a preencher os vazios, persegue-me um vazio maior pintado a vermelho sangue. Sangue que espicha sarapintando-me o corpo que queima a cada nova marca.
Há a eterna, e sempre renovada, tão pouco original, falta do Outro. O Outro que nos encontra e apaga, apenas por momentos que acreditamos gravados no para sempre dos contos, o «vazio maior», lambe o sangue seco das feridas que indecentemente nos mataram.
Feridas… Tantas na minha alma acorrentadas. Eu, sempre tão forte, a colori-las sob o manto da invisibilidade. Assombram-me os pensamentos que afloram à imaginação sem um pedido de licença. Atrapalham, perturbam, sugam qualquer pintura deixando rasto do vazio. O odioso vazio.
Feridas que todos temos e tememos. Feridas que julgamos sempre demasiado nossas para as gritar, demasiado imorais… Só de as pronunciar atormentariam as vidas inexistentes que levamos.
Feridas… para dar e vender. Mas quem as quererá? Quem as não terá?
Um vazio de tudo e de nada. Um vazio solitário pintado de rostos humanos.
Um vazio tão cheio de coisa nenhuma.
Um vazio…
O meu vazio!
Shiiiiuuuu
É só meu, não o incomodem!
Deixa-me adormecer esta noite.
Música no Castelo: Portishead - Glory box
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