June 29, 2006

Mãos vazias

Fotografia de Saligia

Não tenho palavras em mim
Sequei a alma em banho de sal
Deserdei o corpo que se percorre em círculos
Nos olhos baixaram as cortinas

O barco da vida encalhou
No mar que me enganou
Deixei as mãos que te escreviam na areia
E o coração espalhou-se com o vento
Desfeito

Hoje sou estrangeira de mim
Erro as ruas sem indicações
Durmo à porta de moradas roubadas
Tropeço nos paralelos das dúvidas
Deito-me e esqueço que existo
Talvez o sol queime o meu dia


Música no Castelo: Mariza - Anéis do meu cabelo

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Soa-me a desistência, a cortar caminhos para encurtar a distância que, talvez, seja necessário voltar a percorrer. Soa-me a desilusão, a angústia e revolta.
Soa-me a realidades partilhadas por inúmeros homens, sempre e sempre.
Cose em ti essa vontade e, para onde ela tentar fugir, irás atrás, não a deixando nunca só. E um dia ficará exausta de te arrastar e debruçar-se-á em ti, ficando eternamente marcada com o culminar do teu sorriso e da vossa junção.
Chamo aos sonhos metas da realidade, e nem o Homem os torna facéis de alcançar.
Um beijo

1:12 PM  
Blogger Abominável Homem das Naves said...

Eu sinto-me de mãos vazias. Vou tentar enchê-las de outra coisa qualquer.

1:00 AM  

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