Amar e Partir
Fotografia de Wasted Photos
Ontem deitei-me na cama com outro homem, com planos de o amar e me encontrar. Por entre os planos dos lençóis percebi que não existia o teu cheiro que se prendeu, com os anos, ao meu olfacto nem o sabor que a minha língua coseu ao sentimento.
Faltavam as tuas mãos e os traços com que me palmilhavas num deserto de ideias. Faltou o jeito com que desligavas a minha máquina pensadora, a maneira fácil com que roubavas todas as ideias tolas que me assombravam…parecias mágico, bastava-te olhar para mim. Faltou o encanto
Fingi
Tentei dormir para que os anjos do sonho roubassem a ideia absurda da tua presença. Insististe em ficar. Talvez porque nunca tenhas sabido partir. Ainda bem. Ainda mal.
Sempre, tudo de ti.
O teu travo na minha garganta com toda a fumaça que a tua história deixou na minha alma. Hoje sei, sou incerta. Tenho marcas de fogo do nosso tempo de guerra, viveremos sempre em guerra, os dois… porque amar não deu certo, porque deixar nunca foi mais do que uma palavra que as nossas bocas gritaram e engoliram. Não te deixei. Tu deixaste-me aos montes, despedaçada, por aqui e ali. Os meus sentidos pertencem-te. E amar outro homem não é senão confundi-los.
Faltou também a tua partida, a forma como sempre me deixaste depois de me fazeres acreditar que eras real. Faltou a dor de te perder. Faltou a dor.
[Obrigada a todos que partilham a Princesa. Em amor. Sempre]
4 Comments:
As nossas histórias mal resolvidas sempre regressam a nós, tantas vezes através das mais estranhas formas.
Beijinhos
que grande texto! e mais nao digo! *
que grande texto! e mais nao digo! *
oooops, quase a mesma coisa que eu sinto.
belo texto.
boa semana.
te beijo
Nefertari
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