Ata&desata

Há momentos em que o barulho das luzes e a cor dos sons nos aspiram todos os tons do ser que somos. Há momentos em que os momentos se arrastam como que num movimento inexistente.
Há momentos que duram tempo demais, assim como o momento da tua ausência.
Quero só escrever, neste momento em que finalmente o corpo tem movimentos (talvez que a alma não compreenda), que te sinto. Deixaste de me fazer falta, passou tempo demais para que não tenha aprendido a viver sem ti, mas ainda respiro os momentos de ti. Tão ridículo, que o seja, a lua só tem sentido na fraternidade do teu olhar.

Hoje vives os teus momentos. Eu espero, já não sonho, que no movimento dos teus momentos se agitem os nossos momentos, agarrando a cor do passado.
Só espero que nos teus se entrelacem os meus num nó impossível de desatar de tão apertado.