November 27, 2005

Impotente



Vejo-te em sombras
Descubro-te com véus
Imagino-te em mentiras
Rogo-te em pecados

É tudo longe demais
Assim,
É tudo longe demais

Não posso mais
Mas não sei parar
Desenho-te sem te conhecer

Longe demais

Apagam-se os teus contornos reais
Ficam as minhas dores irreais
Pecaminosas
Dar-te-ia, se pudesse
Tudo o que não posso
Esqueceria, se pudesse
Aquilo que me recorda

Deito-te ao mar
E depois
Sonho com ondas
Que te tragam a mim

É tudo longe demais
Assim,
É tudo longe demais



Música no Castelo: Elisa - Heaven Out of Hell

November 24, 2005

Alucinações

Desenhei borboletas em corações perdidos

November 22, 2005

Raio de Luz


Bendita seja a luz que beija o meu corpo
Bendito o dia que acordou do meu lado
Bendita a força que se renova na alma e me faz mais mulher
Bendita a dança dos corpos na música do mundo
Benditas sejam as falhas, as lágrimas, os erros, os horrores… destes se espreme a seiva da vida que se elabora.
Bem-vindos os sorrisos
Abençoado seja este dia por ser mais um dia, que fosse só mais um, sem qualquer importância, abençoado sejas, dia meu, por te dares a mim e me deixares viver-te
Descobri agora, a vida não tem egoísmos. Dá-se a nós
Bendita sejas vida
Abençoada seja eu por te viver

November 18, 2005

Comunicado

Agora muito dificilmente postarei durantei a semana. No entanto, continuo a escrever. Publico os meus rabiscos ao fim-de-semana com as correspondentes datas de escrita.

Espero que continuem a visitar-me, pois faço desta a minha casa, o castelo onde sou princesa.

Um obrigada enrolado num beijo enorme*

November 16, 2005

Mata-borrão




Quem me dera ser poeta
Escrever-te em linhas
E apagar-te com borrachas
Amar-te em palavras desconhecidas
Deixando-te em vírgulas
E pontos finais.
Cortar-te com traços diagonais
Como matéria fora do programa
Circundar-te em parênteses
Fazer de ti apenas
Uma indicação cénica da minha vida
Com um desligar de luz
Descentralizar-te do palco
Que fizeste teu
Protagonizas desfiles baralhados
Em que te amo e desprezo
Quem me dera, um dia
Agarrar louca num travessão
E dizer:
- Ainda bem que voltaste

November 15, 2005

Violino


O meu violino
Toca a música da nota
Que dança sozinha na pauta
Continuo
Construo a sinfonia dos desalentos,
Dos olhos tristes que procuram,
Das mãos frias
Que se abrem e esvaziam
Escorreste-me!
Procuram-se notas de sons frescos
Cheios de cheiros novos
Que me endoideçam
Na loucura do desejo
Procuram-se mãos
Que abram janelas de e em mim,
Que queimem o meu corpo
Palmilhado por vontades
Procuram-se
Todos aqueles relâmpagos
Que rasgam as noites de mim


Aquele cheiro de qualquer coisa que faz de nós mulheres, que nos transforma em lobas famintas.
Despem-se as virgens, ficam as vontades que se saciam nos sonhos do teu querer.

November 11, 2005

I need to rest in arms


Desperto-te dos meus baús
Em que guardo os sonhos
De reencontros perfeitos
Em que nuances do teu cabelo
Se me colam ao peito
Em que a tua boca
Cala os meus gritos
Que as tuas mãos provocam

Desperto-te do mais belo
Compartimento de mim
Trato-te como rei do meu castelo
Amo-te como escrava exagerada
Bebo em gotas lentas
O teu retorno de luz
Sorrio e verto lágrimas
Da perplexidade que é abraçar-te
Um abraço primeiro
Selado na eternidade do incompreensível

Desperto-te
E mal trato-me com a dor da ilusão
Roubo ao passado
O odor dum corpo
Pelo qual o meu morreria
Pinto no futuro realidades impossíveis
Rasgo-te da fotografia dela
E escrevo linhas em que me queres.
Gemo com a boca quente
No pescoço gelado da tua ausência
Digo palavras de amor
Num olhar em silêncio
E que bem que sabe
O perdão dos erros passados
A redenção
Afivelo-te em torno do meu corpo
Que emagrece para que lhe juntes
Mais
E
Mais

Desperto-te para te chorar
E voltar a embrulhar em papel de veludo
Embalsamando-te junto com o meu amor

Desperto-te para te voltar a adormecer

November 05, 2005

100 mágoa



Há sempre um olhar perdido que procura o teu corpo no vazio da solidão que me ofereceste.

Sem nunca saberes, há caminhos que piso na vã tentativa de apagar as marcas de fogo que deixaste no chão da minha vida.

Há portas que esperam a tua chave.

Há impossibilidades que me beijam os olhos.

Há rios de mim que ou correm na tua direcção ou secam


November 04, 2005

Passos sem caminhos



Sentei-me num lugar qualquer, sonhei mar, desliguei-me do mundo, soltei as asas molhadas e GRITEI...
Gritei ao mar , ao mundo, às árvores, a música do meu corpo. Dancei sem nada temer, perder ou pedir.
Amei-me perdida em sorrisos.
Vivi-me em segundos que não contei.

Há mares que me chamam... Há, finalmente, ventos que me acariciam

November 02, 2005

Inocências

Roubaram-me os bolsos onde costumo guardar os sonhos