April 30, 2006

Lie with me



Vem comigo...

April 28, 2006

Olha-me


Quanto custam as palavras?
Pelo peso, são valiosas
Pelo silêncio que as calam, fortes
No bolso, tenho ouro espalhado

No coração brilham diamantes
Como me queria leve
Límpida
Sem palavras caladas em mãos vazias

Haverá sempre o teu silêncio
Nas palavras que guardei
O futuro ficou escrito
Por um presente mudo

Tenho palavras para
ti
Daquelas ditas em silêncio vivo
No olhar que amarra a dor
Na mão que descose os pontos da tua partida

April 24, 2006

Novelo


Serei sempre o mendigo que se alimenta das palavras mastigadas que acabas em mim.
Serei sempre a procura na tua ausência marcada com pilares que a minha vontade move.
Serei sempre a tua criança que espera a maturidade do teu olhar genuíno.
Serei sempre a lenda que te guarda na eternidade quando as horas são mortais.
Serei sempre a pagã que vira costas até um teu outro suspiro. Se disseres o meu nome serei crente, meu rei, eu juro.
Serei sempre... a desfiadora das malhas do sempre para que ele acabe desfeito em nós e linhas sem sentido, sem relógio, sem segundos significados ou pedidos.

April 23, 2006

Apaga a Luz

Há um momento em que tudo nos absorve, nos incomoda e revolta, em que o que fomos não é senão uma equação sem incógnitas bárbara de tão estúpida. As folhas em que me resolvo,... que se rasguem!
Há um momento em que todos os segundos são os pontos finais que escreves, porque estás cansada de gramáticas que nada te podem ensinar. Os travessões da tua vida não são senão conversas que mandas pelo ralo.
Nem os pontos de interrogação têm frenesi em si. Não há. Nada.
O todo mora na nossa cabeça e hoje eu fechei-lhe a porta. A chave não tem sentido por não abrir segredos que me amem. Os segredos não são novos. E eu, já velha, peço o descanso eterno da ausência de pontos que me pontuam em escalas descabidas.

[Há um momento em que até as palavras que antes me alimentavam me desprezam…e um blog deixa de ter o poder de mim]


Música no Castelo - Skin - The trouble with me

April 18, 2006

Rouca


Queria esganar-te com as mãos que não tenho
Só para depois te salvar com o amor que guardo em segredo absurdo
Como absurdos são os nãos que te saem dos olhos
Ver-te implorar pela vida como quem me pede amor
Cega seria surda aos teus gritos de socorro
Sim, meu amor, eu caso contigo.

April 16, 2006

I really am such a fool


Hoje todas as palavras são silêncio.
Todos os sons são tenebrosos agudos que batem grave em janelas fechadas.
Hoje os olhos fecharam-se e levaram consigo mundos.
Todos os segundos não pensados são vida, só no fim se grita.
Só no fim se cala.
Por obrigação.
Só no fim se queda o mundo, a palavra, o sonho.
Quebra a corrente que te guia, neste dia que p’ra ti não mais agita.

April 13, 2006

Belíssima

«Tal como um assaltante que te rouba a carteira numa esquina escura.
Você trabalhará dignamente, com o seu suor, para voltar a encher a carteira, mas ele…ele? Será sempre só um assaltante, um nada.»



Numa conversa sobre traição, quando o traído se julga sempre o humilhado, na novela Belíssima.

Amr são palavras que a minha boca esqueceu
...
que os meus ouvidos procriam em sonho constante

April 11, 2006

Quem disse que a distância se mede aos palmos?


A tua voz encostou-se ao corpo
Largaste-te por mins ténues
Sabias que eu nunca poderia existir
Mesmo assim, esqueceste o verbo partir

Tens-me sem nunca ser tua
Amas-me em loucura
Queimaste-me o corpo que morria
Amanhã é apenas mais um dia


Música no Castelo: Ben Harper - Waiting on an Angel

April 07, 2006

Onde nos levará a Vida?


Gostava de passar pelas portas de mim, dar uma palavrinha a cada um dos meus silêncios obscuros. Um “não me esqueci de vocês” só para que soubessem que os conheço a todos.
Os corredores aterrorizam-me; bruxas de palavras vazias, fotografias caladas, dias acabados de copo cheio fazem-me fugir para tão longe. No fim, estamos todos em mim.
Nos bosques da alma acaricio as feridas que não posso encarar, com lágrimas amo-as como minhas filhas, encolhida sinto que matei o mundo.
Louca, de flores na orelha, procuro o unicórnio da vida.
Não sei onde estou, aqui é muito longe.

April 02, 2006

2 + 2 = 5

Laetitia Casta


Sou autodidacta
Aprendi-te sozinha
Errei nas curvas do destino
Dei-te a perder nas transgressões da minha viagem

Ao olhar-te na distância
Revolta-se o meu aprendiz
Que se descuidou numa só lição
Perdendo-te na ignorada adição

Sou anónimo
Narcótico viciado
Sou aprendiz
Sábio revoltado
Sou lutador
De luvas erguidas ao céu

A rua ainda tem o teu cheiro
Desvairada procuro esquecer
O que em ti me fez renascer